POESIA GOIANA
Coordenação de SALOMÃO SOUSA
LUCIANO FONSÊCA
( Luziânia – Goiás – Brasil )
1º. Lugar – Troféu Poeta Nuno Álvaro Pereira
PÉRGULA LITERÁRIA. Poesias vencedoras do VI Concurso Nacional de Poesias “Poeta Nuno Álvaro Pereira”. Valença, RJ: Editora Valença, 2004. 202 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
MADORNA
O corpo fóssil no plano vagueia,
Errante, os passos rumam pr´o horizonte
No banco de cascalho, qual bateia,
Banha na água cristalinda a fronte.
O espírito não dormita, salta e voa,
Transpondo matas, rios e cerrados.
Solta as velas, rompe os ares co´a proa,
Entre montanhas, pousa em verdes prados.
A viajora aporta em seu destino,
No colo de outra alma a repousar,
Sob o ocaso de sol adamantino.
O tempo implacável e imperioso,
Qual feitor, compele a alma a retornar,
Raptando-o do idílio venturoso.
PENITÊNCIA
O norte de Minas, é Nordeste no estio.
Terra seca, vegetação esturricada.
Em meio ao calor de desértico feitio,
Chuva, é a urgente função do céu esperada.
A velha maga Selvina, com seus botões,
Nos santos, via o jeito pr´aquela inclemência.
Preparava-se com fé e fortes orações.
Formando, então, a turma da penitência.
Vasilha ou litro-de-água na cabeça,
Todos descalços, atravessando a cidade.
Iam cantando, a rezar, sem qualquer pressa.
Suplicando a Deus, chuva com mor brevidade.
Seguiam na direção do antigo cruzeiro,
Ao longe, ficando no topo da Serrinha.
Por pedras, íngreme subida até o outeiro.
Os penitentes repetiam ladainha.
Lá, a água no pé da cruz era jogada.
Sendo a reza final, puxada por Selvina,
Com êxito, a missão, estava ultimada.
Era voltar e retomar a dura sina.
Na volta, os vasilhames com frutos silvestres,
O grupo nada contrito... muita animação!
Logo, encharcando a vila e campos agrestes,
Chuva pendurada, vinha abaixo com empurrão.
PENITÊNCIA
O norte de Minas, é Nordeste no estio.
Terra seca, vegetação esturricada.
Em meio ao calor de desértico feitio,
Chuva, é a urgente função do céu esperada.
A velha maga Selvina, com seus botões,
Nos santos, via o jeito pr´aquela inclemência.
Preparava-se com fé e fortes orações.
Formando, então, a turma da penitência.
Vasilha ou litro-de-água na cabeça,
Todos descalços, atravessando a cidade.
Iam cantando, a rezar, sem qualquer pressa.
Suplicando a Deus, chuva com mor brevidade.
Seguiam na direção do antigo cruzeiro,
Ao longe, ficando no topo da Serrinha.
Por pedras, íngreme subida até o outeiro.
Os penitentes repetiam ladainha.
Lá, a água no pé da cruz era jogada.
Sendo a reza final, puxada por Selvina,
Com êxito, a missão, estava ultimada.
Era voltar e retomar a dura sina.
Na volta, os vasilhames com frutos silvestres,
O grupo nada contrito... muita animação!
Logo, encharcando a vila e campos agrestes,
Chuva pendurada, vinha abaixo com empurrão.
Página ampliada e republicada em janeiro de 2024.
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Página publicada em novembro de 2021
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